Tuesday, August 11, 2015
As contradições básicas de nossa civilização (Por quê nossa civilização não deu certo!)
[Ano 27 m.a. (mórbido apogeu): A era do mórbido apogeu, notação m.a., teve início em primeiro de julho de 1999, após a constatação de que nossa civilização cristã, hoje cristã-capitalista, não deu certo porque é, e sempre foi, uma patologia mórbida que é sequela do código de conduta sectário e insuficiente implantado na fundação da era cristã, e dali em diante adotado indevidamente, mas convenientemente para a ordem dominante, como "verdade humana". Essa patologia foi designada cristocapitalose.]
“de O
Pato Selvagem”, de Henrik Ibsen: “...se você tirar a mentira vital de um
homem comum, tira-lhe ao mesmo tempo a felicidade”; “se você retirar a mentira
da vida de um homem, você o condena ao sofrimento.”
— CONTRADIÇÃO
01: fartura x escassez — A
medida do êxito é a fartura, mas a regra que dirige a sobrevivência é a
escassez, muitos competindo para, portanto, possuirem pequeninas farturinhas e
poderem ser reconhecidos como aptos a continuarem vivos. (o mérito está em quem
ganha mais, portanto na fartura monetária, mas a premissa básica do jogo é a
escassez
ou
O dono das
coisas também é cristão, muçulmano, crente ou espírita. Também ele abdica de
muitas características naturais do ser humano em prol da eficiência e expansão
do capital. A única diferença entre ele e o despossuído é que ele tem a
compensação, depois, de viver na fartura, comprando, comendo e usando tudo do
bom e do melhor, enquanto o despossuído, a grande maioria do mundo, permanece
disputando a escassez.
ou
Eu, dono de
80% de tudo o que há no mundo, crio esta
civilização e suas regras de conduta, que vocês, 80% da população deste mundo,
devem obedecer para poderem disputar os 20% que lhes restam e um dia poderem
ser iguais a mim. [Note-se que quem cria a civilização é alguém que está na
fartura. Como, então, alguém que está na escassez poderá um dia equiparar-se ao
criador, se ele deve trabalhar arduamente para lograr uma reles porção da
escassez?]
— CONTRADIÇÃO 02: os crimes são terríveis, mas captam
muito patrocínio. As tragédias do cotidiano vendem muito. Isto é, rendem muito
patrocínio a jornais, emissoras de rádio
e de tv, porque o crédulo ser humano, sempre de boa fé, diante delas sempre
conclui que mais vale comprar logo o que se quer do que morrer com dinheiro
guardado, porque ele foi induzido a pensar que “além de flores, nada mais vai
no caixão”, quando a manutenção do poder se baseia precisamente no que o
falecido não leva no caixão mas deixa para seus sucessores.
— CONTRADIÇÃO 03: "A voz do povo é a voz de
Deus!". Fácil, não? O fundador constrói uma civilização, cria um código de
conduta com valores idealizados para satisfarem a conveniência de sua gente —
que tem terras com ouro, e pedras preciosas, terras para plantar, cultivar e
colher, animais para ará-las e para transportar a colheira, casas com muitas
mulheres e filhos —, instila esses valores nela e nos demais povos
desconhecidos que vão encontrando quando se expandem para os arredores, valores
em prol dos quais cobra e exige obediência sob pena de agressão e punição militar
e policial, e quando os povos estão devidamente doutrinados, oprimidos e
reprimidos, ele divulga a plenos pulmões, amparado pelas religiões que ele permite
criarem e que o apoiam, que “a voz do povo é a voz de Deus”, isto é, a voz do
povo é a voz do senhor — do amo — que sempre teve status de divindade, o que se
constata nos castelos feudais da era medieval. [“A fé [não é resposta] não dá
respostas, só impede perguntas”.]
— CONTRADIÇÃO 04: a
incapacidade de o homem prever a longo prazo. 1) Quem diria que a primeira
fumaça expelida pela primeira indústria manufatureira na Inglaterra iria, 300
anos depois, furar a camada de ozônio que protege a atmosfera contra os raios
do sol? 2) Quem diria que a seca no Afganistão há uns 40 anos (lá por 1980)
iria enxotar milhões de afegãos para os países vizinhos? 3) Quem diria que a
cidade de São Paulo estaria à beira da falta d'água no fim de 2014?
— CONTRADIÇÃO 05: a falta ao ser humano de tempo
livre para pensar é uma garantia "natural" de que os valores do
código de conduta não serão contestados;
— CONTRADIÇÃO 06: o maior acionista da maior empresa
do mundo também é cristão. Também ele aspira a um mundo mais justo, mas para
tanto jamais tomará a primeira iniciativa; afinal, segundo ele, esse mundo mais
justo somente ocorrerá quando todos os demais humanos não agraciados com
riqueza hereditária tomarem o caminho que ele prescreveu, isto é, quando todos
se assemelharem a ele; enquanto isso, também ele, para atrelar-se ao código de
conduta, amarga o abandono das muitas características humanas naturais; só que
ele, por possuir bens e conforto, pode se dar ao luxo de perdê-las, pois terá a
compensação de viver em fartura.
— CONTRADIÇÃO 07: o dono das terras manda seu
batalhão exterminar uns estranhos que estão habitando uma clareira na mata,
pois precisa desmatar o lugar para expandir seus negócios.
— Doutor, não posso fazer o
que o senhor me paga para impedir — o soldado alega.
— Ora, ninguém vai saber.
Preciso expandir meus negócios. Se você não quiser, mando botar outro em seu
lugar!
— Ué — o soldado conclui a
caminho do mato, comentando com os colegas... — Agora eu entendi Para expandir
os negócios — ele explica aos outros do grupo executor — isto é, para ganhar mais dinheiro,
pode. Se pode para ele, pode para nós
também! Pois então vamos expandir os nossos também!
O grupo comemora a descoberta.
— CONTRADIÇÃO 08: “o conto
do vigário” original . Os jesuítas portugueses propuseram aos indígenas uma
troca: vocês abrem mão de todos os bens materiais que nós vamos levar dess
terra , ou seja, o ouro, os diamantes, as esmeraldas e todo o pau-brasil, (E se
tentarem impedir, vão ser tratados a pau de fogo!), e, em troca, Deus lhes dará
fartura na vida eterna... após a morte, no paraíso, se vocês o amarem e
obedecerem seus mandamentos, assumirem a culpa do homem pelo desarranjo do
mundo e pagarem essa culpa durante a vida, com penitência, renúncia e
resignação, assumirem o pecado original e forem solidários com o sofrimento de
Cristo na crucificação. (Esta contradição é a mentora das promessas de
políticos em véspera de eleições.)
— CONTRADIÇÃO 09: o bem estar físico e psicológico e
os sentimentos. Os sentimentos estão vinculados a momentos de bem estar, tesão,
paz, etc., e vinculam tais momentos às pessoas externas que os proporcionaram,
criando a saudade personalizada, donde a carência personalizada, a falta de uma
pessoa ausente; donde, no outro extremo, a dominação personalizada.
— CONTRADIÇÃO 10: Bandidos e Terroristas. Bandidos são pessoas geralmente
sem posses herdadas que têm o pensamento livre e a capacidade de empreender por
conta própria, e por isso, sem acesso aos caminhos de ingresso e ascensão
social na sociedade traçados pelos fundadores da civilização, não reconhecem a
sociedade oficial e aventuram-se em negócios com mercadorias e serviços por
estes proibidos e a práticas, também proibidas pelo sistema jurídico que
validou a fundação dessa civilização, de transferirem para si bens e/ou
mercadorias de terceiros sem o consentimento destes, com ou sem ameaça de
armas. Estão vigilantes para se precaverem e evitarem os atos da polícia e das
autoridades públicas, para o que conhecem e compreendem a fundo os atos da ordem
dominante, administrando-os à sua conveniêcia. Porém, segundo os dominantes, e
seu órgão de repressão — a polícia — desconfiança
só pode haver de cima para baixo, um inferior ou marginal não pode desconfiar
das autoridades públicas ou privadas superiores. Quem administra o
administrador e o comportamento do administrador é “perigoso”, “mal intencionado”, e quanto aos terroristas
(outro gênero de bandido) chega-se mesmo a dizer que são pessoas com problemas
familiares, desprezadas e/ou maltratadas por suas famílias, principalmente na
infância. Assim, segundo as autoridades constituídas, os bandidos seriam
pessoas desprezadas e/ou maltratadas pela sociedade, e os terroristas, por suas
famílias. Ora, pois é precisamente o oposto, bandidos são pessoas sem quaisquer
problemas sociais ou familiares, já que, primeiro, não reconhecem a sociedade
que os condena e seus valores e, segundo, para criarem sua sobrevivência, mesmo
que disto não tenham consciência, têm que abrir mão logo cedo da morbidez dos
grilhões psíquicos e psicológicos que atrelam e oprimem o ser humano comum,
como o pecado original, mea culpa, o pagamento dos pecados da humanidade, o temor
a deus, temor à morte e outras hediondas fantasias opressivas.
É interessante notar, hoje em dia, a ênfase e o
incentivo dados ao “empreendedorismo”, isto é, à capacidade que o ser humano
tem — e muitos demonstram-no na prática — de montar um negócio próprio. A
motivação, a maioria alega, é “não ter patrão”, “ser dono do próprio nariz.LGBT - suprasensitivity and suprasexuality
LGBT - suprasensitivity and suprasexuality
LGBT (lesbians, gays, bisexuals and transexuals) show three sensitivities and three sexualities: the civil and the natural ones, plus a third one that is the merge of the former and generates their social and existential stance. For this reason — their suprasexuality and suprasensitivity — polysexuals deserve additional consideration in relation to monosexuals, in opposition to today's — fortunately fading — hostility.As LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais) trazem três sensibilidades e três sexualidades: a do seu sexo civil, a do sexo natural e uma terceira, formada pela mescla do sexo civil com o natural, que gera a nova postura social e existencial. Por este motivo -- esta suprassexualidade e suprassensibilidade -- os polissexuais merecem consideração adicional em relação aos monossexuais, ao contrário da hostilidade hoje vigente (felizmente já decadente).